Blades of Steel se une a Prika Amaral em "Riders of the Night", um hino sobre liberdade, estrada e resistência no metal

O novo single da banda paulista Blades of Steel, lançado em 25 de julho, traz mais do que riffs afiados e velocidade: "Riders of the Night" é um manifesto de liberdade, uma celebração das conexões que nascem no underground e uma ode à estrada — literalmente e simbolicamente. Para dar forma a essa jornada, a banda convocou Prika Amaral, guitarrista e atual vocalista do Nervosa, em uma participação que carrega peso, história e afeto.

Prika não é apenas um nome de referência no metal nacional — é amiga pessoal da vocalista Yara Haag, e essa cumplicidade está no DNA da faixa. “A gente se conhece há anos. Ela sempre foi aquela pessoa que te incentiva, que te dá conselho, que acredita em você quando o resto do mundo parece não ver”, conta Yara. O resultado da parceria é uma música que soa como um motor acelerando: intensa, direta, vibrante.

Mais que colaboração: uma homenagem

A ideia da faixa surgiu de uma conversa fora dos palcos, longe dos holofotes. "Foi num daqueles momentos em que você está só trocando ideia com uma amiga e sente que precisa fazer algo junto. Não por interesse, mas por verdade", diz Yara. A verdade, no caso, era a vontade de traduzir a essência de Prika em uma música: a motoqueira livre, a mulher que segue em frente sem pedir licença, a artista que sobreviveu e floresceu num cenário ainda majoritariamente masculino.

“Essa música é sobre isso. Sobre pessoas que pegam a estrada sem olhar pra trás. Que vivem a liberdade do seu próprio jeito. E a Prika representa tudo isso”, afirma.

Composição na velocidade do vento

O guitarrista Jonas Soares descreve o processo como "uma das experiências mais diferentes" da carreira. A proposta era misturar o peso clássico do heavy metal com o ataque visceral do thrash, equilibrando os vocais melódicos de Yara com o timbre mais agressivo de Prika. Ao lado do guitarrista Rafael Romanelli e do baixista Filippe Tonini, a banda criou uma sonoridade que soa como se Motörhead, Warlock e Nervosa pegassem a estrada juntos.

A bateria da faixa foi gravada por Val Santos (Viper, Toyshop, Brutal Brega), que também assumiu a produção da música, agregando sua experiência e assinatura sonora ao projeto. “A contribuição do Val deu à música uma identidade ainda mais forte e definida”, comenta a banda.

Já Bruno Carbonato, ex-baterista do grupo, aparece no clipe oficial da música, lançado no mesmo dia. Sua participação marca a transição da formação da banda, que deve ser atualizada em breve.

O clipe: velocidade, irmandade e muita gasolina

O clipe, gravado em clima de guerrilha, reuniu motoqueiras reais e amigas próximas da banda, como Gabriela Rodrigues e Paula Herrera (do Guerreiras Motoclube) e Milene Galesco, mecânica de grandes motos que também inspirou trechos da música. Entre roncos de motor, trilhas empoeiradas e olhares determinados, o vídeo captura não só a estética da estrada, mas também o espírito de quem escolhe viver à margem das convenções.

“Foi uma correria maluca: locação, motos, agenda de todo mundo… Tinha tudo pra dar errado. Mas eu sabia que ia dar certo. Era tipo uma missão do coração”, lembra Yara.

Prika: “uma nova voz pra um novo momento”

Para Prika, a participação marcou também um momento simbólico. “Essa música é muito especial porque me pegou num momento de descoberta. Comecei a cantar recentemente, e aqui pude explorar um lado novo da minha voz, em um estilo diferente. E ainda falando de algo que amo: pilotar moto!”, diz. “A letra traduz exatamente essa sensação de liberdade. Ligar a moto, cair na estrada, esquecer o mundo.”

O clipe, gravado em um dia cheio de poeira e amizade, foi selado com cerveja e risadas. “Tava todo mundo ali pelo mesmo motivo: amor pela música e pela estrada. Isso não tem preço.”

Próximos quilômetros

Com “Riders of the Night”, o Blades of Steel dá continuidade ao ciclo do álbum lançado em fevereiro, reafirmando sua proposta de manter o heavy metal vivo, autêntico e conectado com as raízes. A banda promete novas surpresas em breve, incluindo o anúncio da nova formação.

Se o metal ainda pulsa em 2025, é graças a nomes como esses — que seguem acelerando, noite adentro, com coragem, verdade e barulho.